Investigação sobre magistrados na ‘La Muralla 2’ será remetida ao STJ
Todas as informações coletadas e documentos apreendidos, hoje (9), pela manhã, pela Polícia Federal, durante a 2ª fase da Operação La Muralla serão encaminhadas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com o superintendente da PF no Amazonas, Marcelo Rezende, o material vai complementar e instruir procedimentos já instaurados que investigam a conduta dos magistrados alvos da operação.
O superintendente explicou que a desembargadora Encarnação das Graças Sampaio Salgado e do juiz Luis Carlos Valois Coelho já haviam sido citados, durante as investigações da primeira fase da La Muralla, em novembro do ano passado. No entanto, a PF não tinha poder para prosseguir nas investigações.
De acordo com o delegado, eles são investigados por suspeita de favorecimento a integrantes de uma organização criminosa envolvida em crimes de homicídios, roubos e principalmente o tráfico de drogas.
“Temos mensagens interceptadas, gravações, nas quais eles são citados, mas como a Polícia Federal não pode investigar essas pessoas em decorrência de prerrogativas de terem foro privilegiado, a Polícia Federal encaminhou todo o material ao STJ e, agora, o STJ decidiu que essas medidas deveriam ser cumpridas (hoje) justamente para complementar e para buscar novos indícios para instruir procedimentos que lá tramitam”, disse.
Procurado pela reportagem, o juiz Luis Carlos Valois Coelho disse que foi orientado pelo advogado a falar somente depois que for informado do que se trata.
Em coletiva na tarde desta quinta-feira, o presidente da Associação dos Magistrados do Amazonas (Amazon), Cássio Borges, informou que a entidade vai acompanhar o desenrolar do caso para garantir a ampla defesa para a desembargadora Encarnação das Graças Sampaio Salgado e do juiz Luis Carlos Valois Coelho, dentro dos processos legais.
Operação
Na manhã de hoje, agentes da Polícia Federal cumpriram 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em gabinetes e secretarias do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e no Fórum Henoch Reis, em quatro escritórios de advocacia e na residência dos investigados.
Nesta segunda fase, a ação contou com a participação de mais de 100 Policiais Federais, além de representantes do Superior Tribunal de Justiça – STJ e da Procuradoria Geral da República – PGR, que se deslocaram para a capital amazonense para compor algumas das equipes.
